Gamaro planeja condomínio de casas nos fundos de antigo convento

Gamaro planeja condomínio de casas nos fundos de antigo convento

O fundo do terreno que dá para o prédio do antigo Noviciado Nossa Senhora das Graças Irmãs Salesianas deverá ser transformado num condomínio de casas de alto padrão. Essa área ocupa um retangular delimitado pelas ruas Luís Lasanha, Gama Lobo e Moreira e Costa.

Segundo informações obtidas pelo Ipiranga22, serão erguidas de 37 a 40 casas no terreno, com tamanhos entre 150 m2 e 250 m2. Haveria no empreendimento o que se chama de “lazer completo”, isto é, piscina, academia, brinquedos para as crianças etc.

A projeção é de que o m2 de uma casa ali custe em torno de R$ 13 mil, o que somaria, para uma casa de 250 m2, o valor de R$ 3,25 milhões, e para uma de 150 m2, de R$ 1,95 milhão.

O condomínio de casas leva o nome provisório de Vila Duanandá, com previsão de montagem de estande no local em setembro e lançamento das vendas em outubro.

Trata-se de empreendimento imobiliário da Gamaro Desenvolvimento Imobiliário, a dona do terreno, comprado das Irmãs Salesianas, que tinham ganhado a terra do conde José Vicente de Azevedo.

Esse empreendimento não tem relação com o terreno onde fica o prédio do antigo convento, tombado pelo patrimônio histórico, na porção de cima da área, junto da rua Clóvis Bueno de Azevedo. Esse prédio e o terreno que o envolve pertencem à Alfa Realty, cujos planos para a área ainda não são claros nem públicos.

Portanto, a área total do antigo convento foi desmembrada em duas para venda, hoje pertencente a duas incorporadoras diferentes.

Por se localizar na área que envolve um bem tombado, existe limite legal de altura de até 10 m para as novas construções contíguas. É o que determina a resolução 11/Conpresp/2007, em vigor. Portanto, conforme a lei, não poderia haver ali prédios altos, com mais de 10 m.

Entretanto, uma questão permanece obscura: a Gamaro entrou em 2019 com recurso no Conpresp (o órgão municipal que zela pelo patrimônio histórico paulistano) para elevar esse limite de altura das futuras construções locais dos atuais 10 m para 25 m.

O Conpresp chegou a autorizar o aumento do gabarito, mas o então vereador Gilberto Natalini interveio para barrar a mudança. A questão voltou então para avaliação jurídica dentro da Prefeitura de SP e não há conhecimento de decisão definitiva.

O empreendimento da Gamaro, constituído de casas, aparentemente respeitará o gabarito original de 10 m para a área de entorno de bem tombado. Mas isso ainda não é seguro.

Vamos ficar de olho, gente.

 

Fotos: @rogerioalbuca